“CUIDADORES” de JOÃO CONDEIXA

João Maria Condeixa nasceu em Lisboa em 1978.
É o único de quatro irmãos a não ter seguido o mundo das artes e ainda não sabe se está arrependido.
Longe da sua formação base foi aluno do curso noturno de pintura e desenho do Ar.Co (2011-2013). Fez duas exposições coletivas até à data e o mais que conseguiu foi que lhe roubassem um quadro, o que tomou como um enorme elogio.
Os ziguezagues do seu percurso académico e profissional refletem a crença de que o Homem não se quer especialista e apenas se realizou na universalidade renascentista. O Homem é a medida de todas as coisas e pode ser o que quiser.
Se pudesse seria tudo na vida. Como não pode é gestor na área da saúde e sonha com o dia em que será pintor.

“Cuidadores”

As metáforas desta exposição tentam traçar as vivências de cuidadores e doentes, por vezes duras e perturbantes. Todos conhecemos ou experimentamos esse jogo de resistência alimentado pelo amor e tantas vezes pelo desnorte.
Numa expressão metafórica o autor busca retratar a pureza de sentimentos que movem todos os intervenientes que precisam ou prestam cuidados.
Seja por doenças crónicas ou agudas. Seja por deficiência. Seja em começo ou fim de vida, aqueles que precisam de cuidados, cuja autonomia lhes falta, serão sempre elemento central da sociedade contemporânea. Os seus cuidadores também.
O que aqui é retratado, por vezes de forma crua, é essa solidariedade intrínseca do ser humano e que aos olhos do autor, se for vista de forma romântica e leve, nunca será devidamente valorizada, nunca terá a importância que lhe cabe.
Nunca os cuidadores serão elevados ao lugar que lhes pertence se não virmos o inferno em que tantos vivem. Retratá-lo com personagens humanas nunca seria tão genuíno e poderia parecer ridículo. Retratá-lo com animais pretende vestir outra dimensão e permitir as metáforas aqui deixadas e que também podem ser criadas por cada um consoante as suas próprias experiências.